8 fatos interessantes de um intercâmbio

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No post anterior destaquei a importância de se fazer um intercâmbio. Essa importância vai muito além do aprendizado de uma nova língua e parte para vários campos da vida. Um dia eu vi alguém postar no facebook que aprender inglês se tornou a coisa menos importante em Dublin, os aprendizados e mudanças que acontecem são muito mais impactantes que qualquer coisa. Claro, esse aprendizado não vem de graça e durante a jornada muitos desafios vão aparecer. Vou enumerar alguns aspectos interessantes e desafiadores dessa aventura.

1) Da noite pro dia você precisa começar a se adaptar a cultura do país. A maioria dos hábitos que você tem no Brasil vão ter que ficar pra trás porque a cidade não muda por sua casa, é você que tem que se adaptar a nova realidade.

2) Você precisa abrir a sua mente, caso contrario ficará apenas fechado no quarto. Existe um novo mundo lá fora e se você não encarar a realidade certamente será deixado de lado. Os preconceitos vão te colocar a margem da comunidade.

3) Não existe trabalho bom, existe o que trabalho que você conseguiu. Num intercâmbio não importa o que você já fez antes ou seu conhecimento técnico porque o vale é a força de vontade e coragem com que as coisas são encaradas. Qualquer trabalho de lavador de pratos é visto como CEO por qualquer engenheiro, professor, químico, dentista, publicitário etc. Fiquei louco com a oportunidade de trabalhar vendendo cachorro quente no estádios  mas nos primeiros minutos me veio aquela sensação “o que estou fazendo aqui”. Acredito que isso acontece com todo mundo mas logo passa porque não  temos muitas escolhas e depois de um tempo aquela “carreira”é a melhor coisa do mundo. Claro, depois de um tempo a área de formação pode fazer a diferença para se conseguir um trabalho na área, como foi no meu caso.

4) Eu não gosto do clima, da chuva, frio, calor etc. A maioria das pessoas com quem tinha contato não tinham carro (na verdade pouquíssimas tinham) então o jeito era encarar a chuva e o frio diário. Não trabalhei no Metro entregando jornal mas todo mundo me dizia que era terrível as vezes por causa da chuva e pior ainda no inverno. Da mesma forma ninguém ligava pra isso e seguida fazendo seu trabalho honesto que pagava as contas do mês. As frescuras tem que ser coladas de lado pro projeto funcionar.

5) Amigos são poucos e você precisa tomar decisões por conta própria. Os amigos de um intercâmbio são temporários porque o relacionamento é muito intenso mas daqui a pouco o curso acaba e todo mundo segue o seu caminho. Alguns ficam para a posteridade como grandes amigos mesmo com a distância do retorno ao Brasil. Os sentimentos são muito intensos e você vai precisar se organizar porque além da distância da família e amigos você não tem com quem contar, pelo menos no inicio.

6) A limitação da língua é f…. No inicio quando você não entende quase nada tudo é muito difícil. Não é possível estabelecer diálogos como queríamos e o mais complicado é que você até pode saber o que fazer, na sua cabeça mas pra sair pela boca é outra historia. É necessário decorar frases no google pra responder na entrevista ou até mesmo negociar um aluguel traduzindo no google na hora, como eu fiz kkkk É um sufoco no trabalho quando te pedem alguma coisa e você fala OK, OK … você entendeu? OK, OK. Você é burro? OK, OK. Você esta com fome, quer comer algo? OK, OK… Você tem que virar o magico das mímicas pra sobreviver. Existe até uma frase que diz: “No Inglês eu to ficando bom mas na mímica eu já virei professor”.

7) O seu dinheiro é limitado e os prazeres por comprar são muitos. Além a sensação de tudo ser mais barato existe a maldita RYANAIR que pode te levar pra outro pais por menos de 30 euros. Eu vi muita gente pirar em Dublin por causa da grana mas mesmo quem tem juízo passa sufoco. Existe um ditado que diz: Arrumei emprego quando estava com poucos centavos no banco. Isso realmente acontece mas as vezes não. Acredito que pra mim essa foi uma das maravilhas que aprendi no intercâmbio, a administração financeira comprando sempre á vista pensando, 1, 2 ou 1000 vezes antes de gastar qualquer trocado.

8) Qualquer moeda achada na rua é motivo de festa. Como é bom andar pelas ruas olhando pro chão porque em um único dia você pode achar dinheiro suficiente para comprar uma chicken baguette, lanche primordial na alimentação de qualquer intercâmbista na Irlanda. Não se esqueça de pegar também os tênis, televisores, colchões e outras milhares de tralhas que o povo joga no lixo. Aquilo não serve pra eles mas pra gente é luxo. Eu não conseguiria enumerar as coisas que eu achei na rua. Destaque para um par de botinhas que eu usei pra trabalhar por mais de 5 meses, um armário que virou guarda roupas e ainda um televisão que vendi por 10 euros no classificados.

Meu primeiro trabalho em Dublin. Limpar um salão de eventos gigante.

Meu primeiro trabalho em Dublin. Limpar um salão de eventos gigante aspirando os mínimos ciscos (3 dias).

Me segundo trabalho, Kitchen Porter. Todo dia quando chegava essa era a primeira cena.

Me segundo trabalho, Kitchen Porter (4 meses). Todo dia quando chegava essa era a primeira cena. Animador, não?

Esses são apenas 8 dos milhares e milhares de desafios que vão aparecer na sua frente desde o primeiro minuto no intercâmbio. Hoje depois de passar por todo esse processo e voltar ao Brasil vejo que tudo foi uma luta incrível. Cada tópico pareceu ser uma matéria onde precisei estudar e passar nas duras provas que a vida impõe. Ao ver toda essa loucura tenho a certeza de que tudo foi muito bom e principalmente proveitoso e com certeza levarei esse aprendizado para o resto da minha vida.

Porque você precisa fazer um intercâmbio?

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Ao ver a palavra intercâmbio pela primeira vez na vida logo vem a mente aquelas imagens de filmes ou a ideia de que uma pessoa de outro país vem morar na sua casa e você vai pra casa dele em algum lugar desse mundão. Essa ideia de ter que sair de “casa” pra enfrentar um novo mundo assusta muito e você tem razão em pensar assim, afinal vamos conquistando o ambiente em que vivemos e com o tempo sair desse zona de conforto pode parecer uma loucura, e vou te falar que é.

Kipá - Necessário na visita ao túmulo do rei Davi em Jerusalém

Kipá – Necessário na visita ao túmulo do Rei Davi em Jerusalém

Um mapa de uma cidade desconhecida. Quer coisa melhor???

Um mapa de uma cidade desconhecida. Quer coisa melhor???

Acredito que todas os seres humanos tem dentro de sí essa vontade de sair viajando pelo mundo, conhecendo novos lugares, fazendo amizades e enfrentando os desafios que vão aparecer pela frente. Nossos antepassados eram assim, viviam de galho em galho por ai atrás de comida, moradia e melhores condições de sobrevivência enfrentando o frio, chuva, vento e ambientes totalmente desconhecidos. Depois de tanto andar o homem percebeu que poderia viver em apenas um lugar cultivando sua comida, construindo sua casa e criando uma certa estabilidade, antes impossível por causa das constantes mudanças. Sem me basear em estudos acredito que nesse momento surgiu a zona de conforto. Da necessidade de sobrevivência as aventuras em lugares desconhecidos passaram a serem consideradas risco.

De uma coisa eu não tenho dúvida; temos que conhecer novas realidade para formarmos as nossas próprias concepções e conceitos. Quem vive em apenas um ambiente limitado de conceitos novos e ideologias diferentes tende a ter apenas um ponto de vista sobre a vida e isso pode ser um problema a longo prazo. Os tempos mudaram e hoje todas as relações são muito globalizadas e quem tem a mente muito fechada ou sente medo do novo pode ficar pelo caminho em meio a tantas informações e novidades. Um regra de ouro hoje pode se tornar ultrapassada amanha. Um conceito forte que você tem hoje pode mudar amanhã e tudo que você pensa sobre um assunto pode não ser verdade ou ter outras interpretações, tudo depende do ponto de vista. Eu não sou contra nenhuma religião e por sinal gosto de estudar e conhecer o máximo possível sobre tudo na vida justamente para ter a minha opinião. Os livros sagrados sejam o alcorão, bíblia, torah ou o surta trazem inúmeros textos e ensinamentos que são fundamentais para seus seguidores, entretanto o que é interpretado depende do conhecimento e ponto de vista de quem esta lendo. Dizem que cada trecho pode ser entendido de uma maneira por mais que você já tenha lido aquilo por 10, 20, 100 vezes. Isso mostra que tudo depende do momento que você esta vivendo e qual é a sua bagagem cultural. Recentemente vi uma matéria sobre o EI (Estado Islâmico) que é um grupo muçulmano que vem trazendo terror a Síria e tem como finalidade instituir e converter pessoas a força criando um estado único. O interessante nisso é que a maioria dos lideres muçulmanos já declararam que esse grupo não os representa. Um desses lideres disse a reportagem: Eles estão fazendo uma interpretação própria da alcorão e isso não é o que esta escrito. Isso não acontece apenas naquela região porque no próprio Brasil vemos inúmeras situações ligadas a religião que são frutos de pessoas sem um conhecimento amplo do mundo e que entendem como querem as coisas criando situações, julgamentos e contradições.

Sabe aquela famosa frase de que existe um mundo lá fora? Sim, existe e ele é muito maior do que qualquer pessoa pensa. Eu sempre gostei de ficar olhando as pessoas e tentar imaginar o que elas estavam pensando. Se tem uma coisa que sinto falta e vou sentir é justamente essa possibilidade de pelo menos por alguns segundos ter essa sensação. No Brasil isso também acontece mas em um nível menor porque somos todos Brasileiros mas durante o intercâmbio em cada passo você tem a possibilidade de ver pessoas de diferentes países principalmente na Irlanda que é um país de muitas nacionalidades.  Isso sem falar nas viagens onde o mergulho cultural foi algo indescritivel. Graças ao intercâmbio tive a chance de conhecer mais de 35 cidades em 15 países da Europa, Africa e Oriente Médio. Esse mergulho me colocou de frente com novas realidades, pensamentos e conhecimentos que mudaram a minha vida. Hoje não sou nem de perto o mesmo André que saiu de Patos de Minas no dia 7 de março em 2011. Alias essa mudança começou um ano antes quando visitei a Bolívia durante uma excursão com o torcida Motozeiros do Cruzeiro na fase preliminar da libertadores de 2010. Já contei isso aqui no blog mas foi naquela viagem que eu tive a certeza de que o mundo é muito grande e eu precisava conhecer o máximo possível. Aquela sede que eu já existia se tornou maior e lá fui eu pra Irlanda. Depois de 3 anos e 2 meses em Dublin e com todas as coisas vividas me pergunte se essa sede foi saciada?

O que aconteceu com seus amigos no Brasil durante o intercâmbio?

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Já passamos por todas as fases do retorno ao Brasil depois de um longo intercâmbio fora do país. Hoje vou falar das pessoas, amigos e familiares. As mudanças que ocorreram e como eu me senti nesse encontro.

O ser humano tem um processo evolutivo e claro, isso não seria diferente com os meus amigos e familiares. Pessoas se casam, trocam de emprego, crescem profissionalmente, filhos chegam e infelizmente algumas morrem. Fiquei 3 anos em Dublin e nesse tempo muita coisa aconteceu. Sempre que ligava pra minha mãe ela me contava algumas novidades mas só fui perceber as mudanças quando cheguei. Como disse antes eu optei por ficar em casa nas primeiras semanas e só depois comecei algumas visitas.

Cheguei na minha cidade com um cronograma já definido porque depois de 4 semanas já deveria seguir meu caminho rumo à Sorocaba. Eu não esperava me sentir tão bem retornando as minhas raízes. Foi uma sensação indescritível poder estar em casa, andar pelas ruas do meu bairro e claro, rever amigos. Aos poucos fui encontrando o pessoal e por esse motivo tive que adiar a ida pra Sorocaba por mais 15 dias. Eu não sei explicar como foi esse sentimento mas nunca esquecerei. Viver fora é muito bom mas quando votamos tudo é tão intenso, tão legal.. só quem passa por isso sabe o que estou dizendo.

Um fato é certo, todo mundo evoluiu, todo mundo seguiu a vida durante os 3 anos que estive fora. Como já estou na casa dos 30 vários se casaram, alguns tiveram filhos lindos, compraram suas casas. crescerem profissionalmente etc.  De uma forma geral foi um processo simples mas a sensação que fica é que visitei todo mundo a 3 anos atrás, fechei a porta e voltei um dia depois e vi as crianças correndo, as casas novas, os empregos diferentes etc… Por mais que já soubesse de quase tudo através do facebook, foi um choque ver tudo isso com os meus olhos. Ao mesmo tempo que tive uma experiência sem precedentes na minha vida muitas coisas aconteceram por aqui. Fica uma sensação de ter ficado pra trás porque não segui aquele caminho e hoje tenho que recomeçar a vida de novo e adiar esses projetos como casamento, filhos, casa etc … por mais alguns anos. É necessário estar preparado para esse desencontro de realidades. O seu ciclo foi diferente, os assuntos também não serão os mesmos de antes e você se sentirá totalmente deslocado. Por mais que ambas as partes se esforcem  nada será igual ao que era antes. É difícil entender tudo e só não tive um choque maior porque já tinha lido sobre isso antes e cheguei no Brasil mais ou menos preparado.

Nos primeiros dias existe um relação estranha entre você e as pessoas em sua volta. Um sentimento amistoso porque como eu disse antes existe uma lacuna entre o último contato, a situação atual e tudo que aconteceu durante o tempo fora. De uma forma geral é difícil processar tudo porque a poucas horas você estava em Dublin vivendo uma realidade e agora já esta no Brasil tentando processar as coisas novas, as mudanças na cidade, as novas realidade de seus amigos e familiares. Esse processo é muito difícil e tenha isso em mente, não tente pular essa fase porque podem ficar sequelas e indiferenças ou mal entendidos entre você e seus amigos.

Mesmo postergando a vinda pra Sorocaba não consegui encontrar todo mundo. Agora tenho algumas dividas em aberto que pretendo pagar durante as visitas ao longo do ano. É incrível pensar que agora morando no Brasil posso fazer essas visitas de tempos em tempos. Durante o tempo em Dublin quando batia a saudade sempre pensava onde eu estava, qual a distancia real para se chegar em casa chegava a conclusão de que não tinha jeito mesmo e logo logo passava.

Bem, de uma forma geral o importante é tentar entender que a vida das pessoas no Brasil não parou. Assim como você todo mundo fez alguma coisa, cresceu, viajou e também tem historias para contar. Não sufoque as pessoas com suas historias porque chegamos cheio de novidades explodindo e louco para falar, falar e falar entretanto o pessoal que ficou no Brasil também tem muito a contar.

A saga do retorno ao Brasil – Parte III

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Olá pessoal .. vamos seguir com a nossa série de posts sobre o retorno ao Brasil depois de realizar um intercâmbio na Irlanda. Ficar 3 anos fora e depois voltar não é uma tarefa tão simples e a melhor forma de se planejar para esse processo é ler .. ler e ler mais coisas sobre o assunto.

No nosso último capitulo o assunto foi pesado. Logo nos primeiros passos dentro do aeroporto começam os choques e esse cenário segue por algumas semanas ou meses. Já falei de tudo até chegar em casa depois de uma jornada de quase 30 horas de avião e carro. Agora chegou a hora de falar das primeiras 24 horas no Brasil.

Bem, encontrar meu pai e minha mãe no aeroporto já foi muito legal. Uma sensação indescritível porque foram 3 anos longe de tudo (essa foi uma das melhores coisas ever). Chegando em casa começou um outro momento que eu não esperava. Quase tudo estava igual mas foi estranho entrar na sala, na cozinha, no banheiro depois de tanto tempo. Tive a mesma sensação de estar entrando ali pela primeira vez. As cores, objetos, móveis foram me trazendo lembranças, momentos e situações porque afinal vivi quase 29 anos naquele lugar. Logo em seguida fui na casa da minha avó que fica na mesma rua e tudo era diferente. Foi muito estranho e não consigo descrever a sensação de estar andando por aqueles lugares depois de 3 anos. Ai começam as comparações. As primeiras horas e dias são basicamente construídos de comparações porque apesar de não ser especialista no assunto acredito que o cérebro esta tentando harmonizar tudo aquilo. É como se você estivesse andando em Dublin, piscasse os olhos e logo em seguida já estava andando no Bairro Alvorada kkk.. é muito louco. Perdi meu avó durante o intercâmbio então foi meio complicado visitar a casa deles e não vê-lo no sofá. Apesar disso tudo foi muito bom naquela noite. Bem, voltei pra casa e enfim dormi a primeira noite na minha cama. Em Dublin sempre disse que o intercâmbio só começaria a fazer sentido depois que eu voltasse e dormisse a primeira noite em casa. Bem, na verdade foi quase assim, tirando a parte que consegui dormir apenas 3 no primeiro dia. Com o fuso horário de 4 horas no mês que retornei foi complicado. Demorei quase 3 semanas para voltar a dormir normalmente. Ao acordar no primeiro dia tudo foi muito intenso, muito louco e estranho ao mesmo tempo. As imagens de Dublin vinha a cabeça e ao mesmo tempo muitas perguntas sobre como estão as coisas, a rua, construíram um prédio, pintaram aquela casa, cortaram aquela arvore .. kkk é uma loucura. Logo depois do almoço sai de casa para fazer o processo de renovação de caminha CNH e comprar um chip de celular. Optei por ir andando pra ver tudo  e sentir a cidade, me arrependi. P… calor, carambolas.

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Pastel de frango com catupiry. Correndo atrás do tempo perdido.

Da minha casa até esse local da renovação levei pouco mais de 30 minutos e confesso que sofri no caminho com o sol e com o calor. Esse choque é muito grande em todos os aspectos. Finalizei o processo inicial da CNH e depois fui pro centro observando as ruas, os carros e as pessoas.  Não é possível descrever em palavras esses momentos porque tudo é muito intenso, bonito, assustador. Ver locais que você andou a vida inteira, ver as mudanças, avanços e retrocessos ao longo de 3 anos é realmente estranho. A maioria das coisas continuam iguais mas da pra sentir que o mundo deu muitas voltas, lojas fecharam, outras abriram, novos semáforos, alterações no transito etc.. As pessoas são diferentes, os carros mudaram.. é muito intenso. Depois de resolver outros assuntos como cartão de banco e titulo de eleitor fui comprar o chip. Cheguei e pedi um SIM CARD kkkkkk a mulher olhou pra mim e não sabia se falava o que? ou como?. Percebi e já mandei um chip de celular mesmo kkkk Essas situações acontecem muito nas primeiras semanas de você falar palavras em inglês principalmente o SORRY kkk, é engraçado …. aos poucos tudo vai voltando ao normal mas mesmo hoje depois de 3 meses ainda solto algumas pérolas por ai kkk. Voltando ao assunto do chip veio outro choque por causa dos valores das ligações, planos de internet e principalmente qualidade do serviço. Não preciso comentar porque todo mundo já esta cansado de saber mas é triste falar que até a LYCA/TESCO são melhores que qualquer operadora no Brasil… tenso. (minha modesta opinião). Do centro não sei de onde tirei a idéia de ir pra casa da avó da Stéfane também caminhando. Depois de mais 40 minutos cheguei quase esgotado por lá porque não sabia o que era realmente ficar suado a muito tempo. As pernas estavam boas mas o cansaço que o sol trás é muito grande principalmente  nas primeiras horas depois do retorno porque como todo mundo sabe na Irlanda o frio predomina o ano inteiro, quase. Dali foi embora de carona e depois de andar o dia todo no sol achei que iria dormir bem porque estava realmente cansado mas a segunda noite foi como a primeira.. poucas horas de sono mal dormidas.

… no próximo post: as pessoas, amigos, casamentos, filhos etc.. O que aconteceu durante os 3 anos de intercâmbio.

O processo de retorno ao Brasil – Parte II

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Pronto, passados os minutos finais em Dublin com o processo de check-in, malas, Dexter, etc…. ficamos no portão de embarque por alguns minutos e ao entrarmos no avião veio um filme a minha cabeça. No meu filme pessoal sobre a Irlanda um toque de felicidades, derrotas, conquistas, medos, incertezas, sorrisos, amigos, amores, bichinho de estimação, trabalho, desemprego, viagens, paraísos, pobreza, riqueza, mar, frio, vento, chuva, neve, blusas de frio, comidas etc,, etc.. A partir dali tudo mudaria e ao decolar da Irlanda tive a sensação de dever cumprido, objetivos superados e no fim estava feliz, apesar daquela lágrima que caiu.

Escrevendo esse post e ouvindo Rádio Nova 100.3 direto de Dublin – http://www.nova.ie

Primeiro dia no Brasil depois do retorno. O pôr do sol direto da janeiro do meu quarto.

Primeiro dia no Brasil depois do retorno. O pôr do sol direto da janeiro do meu quarto.

Antes de continuar tenho que explicar uma coisa. Por mais que convivesse com muitos Brasileiros no trabalho e morasse com uma Brasileira em Dublin é diferente quando você ouvi uma pessoa que você conhece e uma voz desconhecida falando português. Depois de um tempo morando fora é normal olhar pro lado quando se ouvi português.

Pois bem, chegamos em São Paulo e logo ao desembarcar o volume do português aumentou e veio o primeiro choque. Não sei se essa sensação acontece com muitas pessoas mas tive a sensação de estar caindo em um redemoinho e todos os sons entravam pelos meus ouvidos de uma forma diferente. Logo em seguida encontramos o local do próximo vôo para Uberlândia e então procuramos um local pra comer. É terrível, complicado, difícil e incrivelmente assustador as primeiras horas depois do desembarque. Tudo chama a atenção dos olhos e dos ouvidos. Pessoas conversando do seu lado, as roupas, o ambiente, a educação, etc. Essa sensação é tão difícil de descrever já que estivemos aqui, moramos aqui mas tudo parece diferente. Nem mesmo em viagens por outros países diferentes como os de língua árabe senti essa sensação.

O segundo choque é quando se pede um café ou suco e tudo custa mas de 10, 15 reais. Quando se mora fora todo mundo fala que as coisas no Brasil são caras mas você pensa que não. Os preços nos aeroportos são extremamente caros e abusivos e como você acabou de chegar imagina que tudo esta naquela faixa de preço e logo pensa… não vou conseguir viver aqui. Como as pessoas fazem pra sobreviver comprando um café por 10 reais ou um misto simples por 15 reais?

O terceiro choque é a educação das pessoas. Não é que fora do Brasil todo mundo seja educado mas o tratamento é diferente. Pelo menos na Irlanda se você esbarra em algum o SORRY vem automaticamente (Sim, na Irlanda usa-se SORRY pra pedir desculpas). Nos mínimos detalhes você se senti triste e tenta entender o que esta acontecendo. Dentro da educação também esta o hábito de falar mal das pessoal, falar da vida particular nos locais de trabalho etc. Claro, que fazemos isso também em qualquer lugar do mundo mas é diferente, mais discreto e não dá pra falar da sua calcinha enquanto serve um cafezinho ou faz um suco para os clientes. Essa situação aconteceu em pelo menos 3 locais diferentes. Sim, isso é uma reclamação pro Aeroporto de Guarulhos porque além dos preços abusivos a maioria dos funcionários não tem um mínimo de preparo para desempenhar funções de atendimento.

O próximo choque é sobre o aeroporto. Informações desencontradas na fila do check-in por causa do Dexter. O senhor tem que ir ali naquela fila, não na verdade é no auto atendimento e por fim, retorne a fila porque não tem como fazer aqui com o gato. Despachamos as malas e Dexter com uma hora antes do vôo pra ele não ter que ficar muito tempo em algum canto e também termos um risco menor de objetos furtados das malas (sim, isso pode acontecer também .. Google It !). Passamos pelo setor de segurança e fomos pro setor de embarque. Ao entrar pelo menos umas 1500 pessoas nos corredores reclamando e andando de um lado pro outro. Uma greve da empresa que presta serviço pra GOL impedia a colocação das bagagens nas aeronaves. Alguns vôos com mais de 3 horas de atraso e dai pensamos ferrou, coitadinho do Dexter que não comeu quase nada e já passava das 24h dentro da caixa de transporte. Ficamos com o coração na mão e lá fomos nos esperar a bondade dos funcionários mal treinados e sem preparo para dar informações em situações de crise. Passada 1 hora sem nenhuma informação no painel ou direcionamento dos funcionários bateu a fome e lá fomos nós de novo procurar um lanche. Daquele ponto não tem como voltar pra rua então imagina como são os preços? Mais caros ainda? Sim, claro. Logo depois apareceu um aviso por um milagre e nosso vôo foi anunciando para 2 horas depois do horário previsto. Nosso pensamento estava no Dexter mas sabíamos que ele não corria risco de vida porque gatos tem preparo para sobreviver a essas situações e até ficar sem comer ou beber durante longos períodos.

Bem, com uma recepção dessas não deu pra deixar de falar aquela frase clássica de quem acabou de retornar de um intercâmbio. MEUS DEUS, O QUE FOI QUE EU FIZ? COMO VAMOS CONSEGUIR VIVER AQUI? A cabeça vai a mil e tudo fica uma loucura.

Essa afirmação e totalmente aceitável porque dizem que a adaptação no retorno ao Brasil é mais difícil do que a da chegada no país estrangeiro. Essa sensação é aterrorizante, acredite nisso porque se você esta fora ou vai voltar um dia certamente acontecerá com você e olha que ainda estou falando do aeroporto, nem saímos na rua ainda. Junto com essa sensação vem o medo de furtos porque fora aprendemos a ser um tanto relaxados e sabemos que as coisas no Brasil são diferentes. Deixar a bolsa na cadeira, celular em cima de mesa etc são apenas alguns hábitos que devemos mudar desde as primeiras horas do retorno. Claro, isso não acontece em todos os lugares mas os números do aeroporto de Guarulhos não são animadores então tenha essa idéia na cabeça também.

Meu pai e minha mãe estava em Uberlândia nos aguardando e quando chegamos lá foi um alívio. Vimos o funcionário com o Dexter ainda da janela do avião e percebemos que estava tudo bem. Pelo menos ele veio no mesmo vôo porque com o confusão ficamos com o receio de um extravio de bagagens ou do próprio Dexter. Ele estava totalmente tonto, cansado que nem conseguia miar. Entramos no carro e abrimos a caixa mas ele não saiu porque estava sem forças coitado. Só depois de algum tempo é que ele comeu um pouquinho de ração. Abracei meu pai depois de 3 anos e 2 meses, foi estranho e incrivelmente legal. Minha mãe eu já tinha visto a pouco mais de 3 meses porque ela tinha acabado de nos visitar na Irlanda. Ver todo mundo junto de novo foi muito bom, essa sensação é incrível.

Bem, depois de 3 horinhas de carro chegamos na nossa querida Patos de Minas, ponto final dessa jornada, pelo menos para um período de descanso porque nossa aventura vai continuar …

Fatos:

– Não tivemos nenhum problema com malas extraviadas, objetos furtados ou desaparecidos.
– Nenhum objeto quebrado ou danificado durante o transporte e conexões porque afinal passamos por 4 aeroportos diferentes.
– O processo com o Dexter para emissão do documentação brasileira dele foi muito simples e fácil.
– Ninguém nos pediu para abrir as malas para conferir a cota individual de 500 dólares por pessoa. Esse era um ponto crítico porque existem dezenas e dezenas de histórias de pessoas que tiverão que pagar muita grana de imposto na alfândega de Guarulhos e outros aeroporto do Brasil por exceder o limite. Não existe uma regra a respeito desse assunto e tudo depende do dia, do vôo, do agente e de outras centenas de combinações.

No próximo post: As primeiras impressões na nossa cidade. Esse série de matérias continua ……

Dúvidas? Incertezas? Medos? use os comentários, fique a vontade porque estamos aqui para ajudar.

O processo de retorno ao Brasil – Parte I

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Antes de voltar para o Brasil é necessário fazer uma pesquisa bem ampla de como isso vai afetar a sua vida e principalmente definir metas a curto, médio e longo prazos. O planejamento de retorno ao Brasil para aqueles que já estão a mais de 1 ano fora (eu acredito) deve ser bem feito porque durante os quase 3 anos que trabalhei na Escola NED em Dublin vi muitos alunos nos procurar para saber sobre o processo de volta à terra verde.

A facilidade de viajar. Miss you Ryanair.

A facilidade para viajar. Miss you Ryanair.

Assim que decidimos fazer esse retorno a primeira coisa que fizemos foi começar a ler experiências de pessoas que passaram pelo mesmo processo. Pessoas que voltaram a terra natal depois de 1,2,3 ou mais anos. O processo é quase igual para todos. Choques e comparação sobre tudo que você encontrou no Brasil e a sua antiga vida fora são inevitáveis. Essa comparação acontece porque para quem morou fora a vida atual passa a ser a vida do exterior. É como se fosse uma atualização automática do facebook da cidade atual no facebook. Você passa a fazer parte daquele sistema, da sociedade, cultura etc. Com isso você passa a ter a mesma sensação dos moradores daquela cidade em relação a segurança, rotinas do dia a dia, transporte, alimentação, clima, etc. Esse processo é conhecido como aculturação onde você absorve o conteúdo do ambiente onde esta vivendo. Esse processo pode ser em um intercâmbio de curta ou longa duração ou até mesmo em uma viagem de final de semana. Depois quando você regressa ao ambiente anterior onde estava antes, o choque é inevitável e comparações vão acontecer naturalmente. Aqui vem a chave de tudo: saber entender o que aconteceu e ter tudo como um grande aprendizado para a sua vida. Ter a noção de como isso aconteceu e o que vai acontecer de agora para frente. Se você conseguir separar essas duas partes certamente a sua adaptação vai ser menos difícil mas se você retornar ao Brasil e ficar vivendo os dois mundos ao mesmo tempo certamente alguns problemas vão aparecer ao longo do seu novo caminho.

Como dito antes nesse blog o processo do nosso retorno durou quase 1 ano e por isso tivemos tempo para conversar sobre o assunto, entender o que iria acontecer, planejar e principalmente nos preparar psicologicamente. Eu acredito que essa é a parte mais complicada mas os demais pontos podem ser conversados e acalmados mas a parte do cérebro em si é muito difícil porque depende de uma série de fatores internos e externos. Vou descrever alguns pontos importantes que foram e estão sendo importantes no nosso processo de retorno ao Brasil depois de 3 anos na Irlanda.

O primeiro ponto que eu falei pra mim mesmo foi que se realmente fôssemos voltar, minha vida em Dublin acabaria e eu iria colocar todo que aconteceu em uma caixa e fechá-la. Todos os sentimentos, sensações, vitórias e derrotas estariam ali dentro e quando eu quisesse poderia abrir e senti-los novamente. É como se fosse um álbum de fotos porque realmente acabou e ficar pensando ou lembrando não iria ajudar em nada no processo de retorno. Tudo que eu vivi foi maravilhoso, realizador e nunca vou me esquecer de nada que aconteceu seja pelas memórias, fotos ou objetos mas quando o avião decolasse da ilha verde tudo aquilo deveria ser deixado de lado e uma troca automática no cérebro deveria ser feita para começarmos uma nova vida, (de novo). Quando o avião decolou de Dublin foi aquela sensação de vazio, um estranho sentimento como se algo tivesse morrido e doeu. Foi aquela velha frase de passar um filme na sua cabeça mas no fundo já tinha definido tudo e sabia que aquilo realmente tinha acabado.

Esse material foi dividido em partes porque vou passar por tudo que aconteceu. Desde esse primeiro momento de decisão até os dias atuais depois de 3 meses da nossa volta. (continua…)

Como levar seu animal de estimação da Irlanda para o Brasil

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Esse assunto é sério e antes de falar realmente do transporte tenho que dizer algumas palavras.

Adotar ou comprar um animalzinho é muito simples mas todos devem pensar 1, 2, 3, 4 ou 10x antes de tomar essa decisão principalmente durante o intercâmbio. Muitas coisas mudam, empregos, amigos, apartamentos, relacionamentos etc… Tenha certeza absoluta de que você vai poder continuar com o bichinho mesmo se acontecer alguma adversidade. No nosso caso, desde que chegamos na Irlanda a Stéfane teve a idéia de adotarmos um gato ou cachorro porque ele poderia ajudar na adaptação e principalmente na falta de família e amigos. Mesmo depois de termos uma estabilidade no emprego e morarmos num apartamento grande não colocamos o plano em prática com receio de acontecer algo. Somente depois de termos a certeza dos nossos planos na Irlanda e também a nossa capacidade de manter e criar decentemente o bichinho é que colocarmos tudo em prática. No início ainda morávamos dividindo o apartamento então tivemos alguns contratempos como pêlos no sofá, gato em cima do microondas etc. Se tivéssemos continuado morando dividindo com certeza teríamos problemas porque por mais legal que seja ter um pet ele sempre vai causar situações. Bem, depois de poucos meses decidimos ir morar sozinhos (não por causa do pet) e dai não tivemos essa preocupação. Uma ótima noticia é que manter um pet na Irlanda é muito barato tanto gastos com veterinário, ração e outras coisas. Se compararmos com o Brasil (assustamos putz grilo, aqui tudo é caro).

ADOTAR UM ANIMAL E DEPOIS SIMPLESMENTE LARGÁ-LO POR AI É UMA P… SACANAGEM.. (Tenha certeza que tudo vai dar certo). ELES SÃO COMO FILHO, SÃO PRA VIDA TODA.

Anééééééééémmmmm - Fofurinha do Dexter

Anééééééééémmmmm – Fofurinha do Dexter

Bem, se você adotou ou comprou um bichinho e agora quer trazê-lo para o Brasil aqui vai o roteiro completo.

1) Confirmar com a empresa aérea se eles fazem transporte de pet. Não tínhamos a passagem de volta então tivemos a liberdade para pesquisar e escolher. Claro, existe uma combinação entre o valor do bilhete (humano) + o valor do transporte do pet. A primeira opção era a KLM porque o valor do bilhete estava legal. Fiz 2 ligações para a KLM e me confirmaram que eles fazem o transporte de pet mas teria que confirmar com a Aer Lingus porque o trecho entre Dublin e Amsterdam é feito por eles e ai tive um problema. Eu liguei 5 vezes diferentes e em 3 vezes me disseram ser possível mas em 2 vezes não tiveram certeza. Achei melhor descartar a idéia porque nem no aeroporto souberam me informar com exatidão. Sempre pediam o telefone para consultar com o departamento X ou Y e nunca retornaram. A Bristish Airways também faz o transporte mas de acordo com depoimentos na internet a imigração sanitária em Londres e extremamente chata e existe o risco de não deixaram o bicho passar. Veio a Lufthansa que me forneceu todas as informações com exatidão, valores e todas as informações sobre o processo. Pronto, fechamos porque foi a única empresa que passou segurança, que me deixou tranquilo sobre tudo, me disse como é feito, quem vai recebe-lô no aeroporto etc.. É uma decisão complicada porque você não sabe a dor que dá no coração sabe que o meu filhinho gato vai passar quase 15h longe de min sabe lá onde dentro do avião. É necessário fazer a reserva antecipada com a empresa aérea porque existe um número limite em cada avião.

2) Caixa para transporte. A caixa deve ser rígida com aberturas na lateral e bem ventilada. Deve ter um sistema de fechamento que impeça a abertura pelo pet e ainda ter altura suficiente pra ele dar uma volta de 360 graus em torno de sí sem precisar se abaixar. No caso dos gatos é bom ser um pouco maior porque ele tem aquela mania de esticar. É recomendado trancar a portinha ou colocar lacres porque se acontecer algum acidente ele pode escapar. A caixa deve estar limpa e não em necessidade de comida ou água porque no caso dos gatos eles não comem nada em situações de muito stress (orientação do veterinário). Ele pode até comer durante a conexão mas durante o vôo, dificilmente. É necessário cortar a alimentação cerca de 3h antes do vôo para que ele não tenha enjôos. Colocar o cobertozinho ou algo que tenho o cheiro dele também ajuda no processo.

3) Documentação: Essa parte me pareceu muito complicada no início mas confesso que foi até simples, basta ter ciência do processo e fazer uma programação. Primeiro o pet tem que estar em boas condições de saúde. Na Irlanda a vacina anti-rábica não é obrigatória porque o pais é livre desta doença e a a mais de 60 anos não é registrado nenhum caso. Para o Brasil essa é a primeira vacina obrigatória. Esse vacina tem que ser tomada a mais de 3 meses do vôo ou menos de 1 ano para ter validade. Vamos aos passos da documentação:

a) Vacina anti-rábida;
b) Manter a saúde em perfeito estado nos meses que precedem a viagem;
c) Ter o cartão de vacinas em dia e também o passaporte (não é obrigatório mas vale a pena pela chiques). Ele tem o valor de 50 euros e pode ser adquirido no próprio veterinário. Depois de feito o passaporte todas as vacinas do cartão são transferidas pra ele ficando apenas o passaporte como documento oficial do;
d)  Quando faltar 3 dias para a viagem é necessário tirar o certificado junto ao Ministério da Agricultura da Irlanda e depois na Embaixada. O primeiro passo é levar o pet até o veterinário para um exame completo onde ele vai certificar que esta tudo certo para a viagem. O veterinário precisa imprimir um formulário próprio fornecido pela Embaixada do Brasil no papel timbrado da empresa. Preencher com todos os dados, carimbar e assinar. Com esse certificado você precisa ir até o Ministério da Agricultura da Irlanda.  Por sua vez o pessoal responsável vai fornecer um outro documento em nome do governo Irlandês afirmando que esta tudo certo e o pet pode viajar para fora da Irlanda. Esse documento é feito no mesmo dia e liberado na hora sem taxas;
e) Com o certificado emitido pelo Ministério da Agricultura da Irlanda você precisa ir até a embaixada do Brasil que fica em Dublin para emissão do documento final que autoriza a entrada do pet no Brasil. Para esse processo é necessário o pagamento de uma taxa de 20 euros (O documento da Irlanda é de graça mas o do Brasil é cobrado, vai vendo .. chegou perto de alguma coisa do Brasil tem que pagar taxas, triste). Com o comprovante de pagamento que é feito através de um deposito + o certificado do Ministério da Agricultura a embaixada carimba e certifica que aquele documento é original e tem valor no Brasil. Esse documento tem a validade de 10 dias, ou seja, você precisa chegar no Brasil em menos de 10 dias a partir da emissão então fazendo em 3 dias antes da viagem dará tudo certo. Pronto, você já pode embarcar com o bichinho.

Chegando no aeroporto basta informar que tem um pet e eles vão pedir a documentação e conferir os dados. Depois e necessário passar a caixa sem o pet no raio x e por fim entregá-lo ao funcionário da empresa que irá leva-lô até o avião (essa é a pior parte EVER).

Outras informações:

. Somente animais de pequeno porte em que a caixa de transporte não ultrapasse 30cm de altura podem ser transportados debaixo do assento junto com os passageiros. No caso de gatos isso não é recomendado por terem o olfato e audição muito sensíveis. O stress é muito maior por causa dos cheiros, conversas, sons etc. (chegamos a essa conclusão depois de meses de pesquisas na internet). O porão das aeronaves tem o mesmo clima da cabine e o local que é eles são colocados é diferente das malas. A caixa de transporte é bem amarrada (mas lembre-se de colocar cadeado ou lacre para garantir que em uma eventual queda ele não saia da caixa de transporte).

. Nenhum animal pode ser sedado porque em uma eventual perda de altitude ou despressurização o pet tem que estar acordado para poder se defender, respirar e sobreviver. (essa técnica de doparem foi usada antigamente mas foi proibida, segundo a Lufthansa).

. Ao chegar no Brasil alguém da empresa aérea trás o pet até você no mesmo momento em que se pega as malas. Logo em seguida no setor da alfândega é necessário informar que tem um pet para ser feito o processo de verificação. Um agente do Ministério da Agricultura do Brasil confere todos os dados e emite um novo documento, o chamado Alvará Sanitário. Estando com o documento emitido pela embaixada de Dublin não existe o risco de dar problema.

. Quando faltar alguns meses para a viagem esconda a cama tradicional e coloque o cobertinha e brinquedos na caixa de transporte para que ele comece a dormir lá. Isso vai ajudar na adaptação.

. Em todo o processo prepare-se para muita paparicarem dos agentes, funcionários, outros passageiros etc…. todo mundo quer saber o que tem na caixa e depois aaaaaaaaaaaa que lindo, nossa que gatão lindo .. papai e mamãe corujas agradecem kkkkkkkk

. No seu planejamento leve em consideração que a Embaixada do Brasil em Dublin fica fechada nos dias de feriados no Brasil e também no Bank Holiday’s da Irlanda. Isso mesmo, os caras não trabalham nos feriados do Brasil e muito menos nos feriados da Irlanda … (comentários please).

. Os valores que pagamos para o transporte. Na Lufthansa uma taxa fixa de 140 euros + 25 euros de uma taxa do aeroporto. Na GOL, uma taxa de 90 reais + 65 reais (valor calculado através do peso completo do pet + caixa de transporte).

. Depois da chegada no Brasil é normal o bichinho ficar perdido com cara de desoriento por até 2 semanas. É normal eles não comerem direito e não irem na caixinha. Depois de alguns dias tudo volta ao normal mas se não voltar procure o veterinário. O Dexter comeu um pouquinho de ração e muito pouca água durante a conexão em SP, não fez xixi nem cocô durante toda a viagem.

Links úteis:

O Veterinário que cuidou do Dexter na Irlanda: St Francis Dispensary – Link – (São ótimos)
Formulário + informações sobre a taxa no site da embaixada Brasileira em Dublin  –  Link
Ministério da Agricultura em Dublin – Link
Adotar ou comprar um pet na Irlanda – www.doneadeal.ie
Adotar um pet na Irlanda: www.dspca.ie

Se ficou alguma dúvida basta deixar a pergunta nos comentários, será um prazer ajuda…

Como enviar bagagens depois de 3 anos na Irlanda

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Olá pessoal, estou bem feliz com o retorno do blog e principalmente pelos acessos. Ainda temos muitas histórias para compartilhar com vocês e com isso vamos fechando o um ciclo legal porque geralmente existem muitos blogs sobre a realização do intercâmbio mas poucos sobre o retorno a terra natal.

Aviso: Esse post é longo (muitas informações e dicas)

Bem, como já era de se esperar ao longo dos 3 anos e 2 meses vividos na Irlanda compramos algumas coisinhas e as malas de 25kg que chegamos na Irlanda não foram suficientes nem para as cuecas. Sempre tivemos a consciência de que um dia teríamos que voltar então nunca fomos de comprar muitas coisas que pudessem ser bagagem na volta e mesmo assim o processo teve que ser longo e sofrido.

Antes de falar disso temos que dizer que perdemos a passagem de volta. Tivemos que comprar uma nova passagem e com as regras das empresas aéreas você tem direito à apenas 1 mala de 23kg. Você só tem direito a 2 malas de 32kg se o vôo tiver origem no Brasil (por incrível que pareça é uma legislação criada pelo Brasil). Se você compra um trecho saindo de outros países a franquia de bagagem é limitada. Eu não tenho certeza mas dizem que pela British Airways mesmo comprando saindo de Dublin você tem direito as 2 malas de 32kg (???). Não tivemos como comprar por essa empresa pelo alto valor e também pelo transporte do nosso gatinho Irlandês Dexter. Apenas algumas empresas fazem esse transporte e pela informações a mais indicada para esse transporte é a Lufthansa. Como os valores estavam dentro do nosso planejamento fechamos com e cada um tinha direito a 1 mala de 23kg.

A primeira coisa a ser feito é separar o que compensa e o que não compensa porque quem morou em Dublin sabe, vamos comprando umas roupas aqui, outras ali mas todas ou a grande maioria vai ficando pelo caminho porque as roupas acabam muito rápido. Objetos, utensílios e outras coisas também passaram por este pente fino. A segunda parte é definir como enviar tudo para o Brasil e as opções são enviar pelo correio ou pagar uma mala extra. No nosso caso uma mala extra estava fora de cogitação porque sairia mais de 200 euros a cada 23kg então a única forma séria pelo correio. Procuramos informações na internet e encontramos muitas coisas diferentes, muitas informações antigas e outras dezenas de coisas aterrorizantes, diga-se coisas ALFANDEGÁRIAS. Não existe uma regra x e depende muito da época do ano, do agente, do sistema, da chuva sei lá. Depois de pesquisar e pesquisar chegamos a conclusão que teria que ser pelo correio mesmo. Você pode montar uma caixa com 20kg de qualquer tamanho, seja caixa de papel, saco plástico etc.. o valor não muda, 80 euros já com o seguro incluso.(valores de janeiro de 2014). De tudo que vimos na internet e com a orientação do Post chegamos a 5 regras para evitar problemas:

1) A caixa tem que ser resistente. Se você comprar a do post certifique-se de passar fita em toda a caixa, principalmente nos cantos.

2) Não colocar eletrônicos. Essa parte é complicada porque tem gente que disse que já mandou mas a grande maioria diz que não passa na alfândega sem cobrança de imposto.

3) Objetos frágeis ou de vidro precisam ser embalados com plástico bolha e colocados no interior da caixa no meio das roupas (não tivemos problemas fazendo assim).

4) No formulário verde que devemos preencher no post (correio da Irlanda) colocar que é presente e que os objetos não tem valor. Eu usei essa orientação que peguei com meu amigo Felipe Roleira que enviou caixas antes da gente. Na descrição colocar: Objetos de uso pessoal sem valor.

5) O peso não pode passar nadinha, tem que ser os 20kg ou menos. Se o peso for menor claro, o valor também será proporcional.

O tempo de entrega também varia porque depende do sistema dos correios e também da alfândega. Enviamos 4 caixas no final de janeiro e não tivemos problemas. Duas delas foram entregues em 21 dias e outras duas em 32. Imaginamos que o restante caberia nas duas malas de 23kg mas na medida que fomos vendendo as coisas da casa notamos que não seria suficiente. No início de abril enviamos mais 2 caixas e essas chegaram em 15 dias apenas. Pronto, temos tudo sob controle para as malas finais mas na semana do embarque quando fomos fazer outro teste passou muito e ficamos na dúvida. Nas caixas enviadas colocamos apenas roupas, livros (muitos), e outras coisas que não quebram ou tem valor reduzido. Nessa reta final ficaram objetos de valor, objetos quebráveis e outras coisas que não sentimos segurança para enviar pelo correio. Resolvemos pagar uma mala extra para termos certeza que não seria extraviado. Essa mala deu 27kg então preparamos o bolso mas por algum motivo no momento do check in eles não cobraram. Eu não perguntei o que aconteceu porque no telefone me informaram a franquia correta mas passou. Depois conversando com outra pessoa ainda no aeroporto fiquei sabendo que em alguns vôos para o Brasil eles abrem uma excessão mas não e regra então pode existir essa cobrança. Depois, no dia do embarque quando fechamos as malas o peso passou em 13kg e lá fomos nos no correio enviar uma mala de última hora. Essa última caixa chegou em 12 dias, foi a mais rápida da história kkk. Ficamos bem preocupados com a alfândega porque enviamos presentes para o Brasil no período do natal e na primeira oportunidade passaram tranquilo mas em 2013 eles fizeram o favor de inventar uma historia cobrando 650 reais de imposto. Resultado, não pagamos e as coisas voltaram pra Dublin. Nessas caixas também não tivemos problemas, passou tudo direto. Acredito que na época do natal eles pegam mais no é porque o volume de produtos enviados do exterior deve ser muito grande.

2014-06-23 12.38.39

Além de passarmos fita transparente nas caixas ainda cobrimos com esse papel de embalar. Usamos uma caixas que pegamos nas ruas de Dublin (todo dia por volta das 17h o pessoal coloca muitas caixas na rua na região central. (lixeiro kkk).

Um dica muito boa também é embalar as malas com plástico (serviço disponível nos dois terminais do Aeroporto de Dublin). Existem várias histórias de objetos furtados durante o transporte então não é bom arriscar e colocar cadeado apenas não adianta. Se não me engano cada mala sai por 12 euros.

Na bagagem de mão colocamos todos os eletrônicos e os objetos de valor. Os demais foram dentro das malas devidamente embalados com plástico bolha (os quebráveis). Uma dica legal é comprar uma mala bem rígida porque mesmo se colocarem peso em cima ela não vai ceder danificando o que tem dentro. Elas também não rasgam como as demais.

Duas das nossas malas devidamente embaladas, nossas duas mochilas (bagagem de mão) e o Irlandês, Dexter.

Duas das nossas malas devidamente embaladas, nossas duas mochilas (bagagem de mão) e o Irlandês, Dexter.

Voamos de Dublin para Munique e depois para São Paulo (Guarulhos). No vôo seguinte para Uberlândia fomos de GOL porque o valor estava bem melhor. Um fato legal é que eles transportam animais de estimação e honram a franquia internacional se o vôo for dentro das próximas 6 horas ao desembarque, ou seja, não pagamos nenhum adicional pelo peso em excesso e a terceira mala.

Como resultado final acreditamos que fizemos um bom planejamento porque nada foi extraviado e o que mandamos foi realmente coisas necessárias. Foram 7 caixas dentro eles 1 apenas de pints mais 3 malas de 23-25kg. Eu acredito que não foi muita coisa porque na maioria dos casos de pessoas que voltaram na mesma época a média foi de 4-6 caixas por pessoa + 1 mala de 23kg.

Você ainda ficou com dúvidas ou tem outras dicas para compartilhar? Pode comentar !!

Como são os últimos dias em Dublin – Parte 1

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Fizemos um mochilão em janeiro de 2013 e quando voltamos começamos a planejar a sequência do intercâmbio porque o nosso segundo visto venceria em março. Assim como fizemos desde o início, todos os nossos projetos eram feitos de 6 em 6 meses e decidimos por renovar por mais um ano a nossa estadia na Ilha Verde. Assim fizemos, compramos o curso novamente, pagamos o GNIB (300 euros) e pronto, mas um ano na Irlanda. Decidimos renovar porque o primeiro foi muito difícil, o segundo foi legal então o terceiro seria ótimo. Nossa previsão estava certa e realmente foi muito bom o terceiro ano e justamente junto com essa renovação e que nasceu a ideia de voltar ao Brasil. Ficamos praticamente 6 meses conversando, pesquisando e conhecendo a histórias das pessoas que fizeram o caminho de volta. Em agosto depois de uma viagem tivemos a certeza de que seria melhor voltar ao Brasil, começamos a programar tudo. Eu sempre digo que o planejamento é a parte mais importante do intercâmbio e com essa proposta o retorno também precisaria de um carinho especial porque não tínhamos a passagem de volta e ainda uma complicação pela quantidade de bagagem e o nosso gatinho Dexter. (Teremos material especial sobre bagagem e transporte de pet em breve) … Pois bem, planejamos voltar no final do visto par dar tempo de trabalhar, ter uma grana legal e ainda poder viajar por mais alguns países que tínhamos vontade. Marcamos a data da volta e depois de uma pesquisa compramos o bilhete em novembro para o retorno em maio. No início ainda faltavam 7 meses para o retorno então não sentimos nada mas foi só passar o ano novo que tudo mudou. Com o passar dos dias aquilo que era apenas uma data distante foi se tornando algo muito real. Com 60 dias para o retorno tudo era a mesma coisa, nada de sentir frio na barriga, medo, essas coisas. Começamos as brincadeira como “essa pode ser a última vez nesse pub, nesse restaurante” marcamos as últimas viagens, compramos a caixa para o transporte do Dexter e a cada dia que passava a certeza do retorno era mais nítida. Tudo não passava de uma brincadeira nas rodas de conversas entre amigos, piadas e todo tipo de coisa mas quando entramos no último mês as coisas mudaram. Realmente a data estava ficando próxima e uma mistura de medo/ansiedade/excitação nos atingiu, fato natural afinal vivemos 3 anos na Irlanda e como todo mundo nos apegamos muito ao ritmo de vida, cultura, clima, transporte e até com a chuva.

No decorrer das semanas tivemos muitas coisas para resolver, objetos para vender, caixas para enviar e tantas outras coisas que o tempo realmente voou. Primeiro foi a TV, depois alguns objetos da casa, utensílios de cozinha etc. A casa foi ficando vazia e a data cada vez mais próxima. Marcamos a nossa despedida final (não foi na Dicey’s kkk) e fomos nos desligando das coisas aos poucos, naturalmente da mesma forma que fizemos no pré embarque antes de ir pra Irlanda.

É difícil descrever o que se passou naquelas últimas 3 semanas. (continua …)

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Porque decidimos voltar ao Brasil?

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Para responder essa pergunta tenho que abordar vários aspectos.

1) Visto: O primeiro é a questão do visto porque como todos sabem é possível ficar 3 anos na Irlanda como estudantes de Inglês. Ao vencer o primeiro visto você compra um segundo curso e depois o terceiro, simples assim Ao final desse terceiro ano você pode seguir na Ilha Verde se for fazer curso superior ou MBA, mestrado etc, é processo mostrar progressão a imigração. Tudo depende do projeto de cada pessoa porque fazer uma faculdade no exterior é excelente e quem toma esse caminho terá suas recompensas entretanto o valor e a dificuldade com horários não encaixaria naquilo que eu buscava. Eu pesquisei sobre um MBA ou pós que são os passos que eu teria interesse mas além do valor ser alto para quem busca qualidade de ensino os horários seriam incompatíveis com as minhas atividades. Para deixar tudo que eu construí em termos de trabalho para procurar outro e começar tudo de novo seria complicado e difícil. O visto de trabalho também seria uma ótima opção, fato que eu até pesquisei e planejei porque recebi a proposta de uma das empresas que eu trabalhava. Novamente o projeto em sí não seria suficiente dentro do que eu procurava. Eu teria que deixar a escola onde trabalha para me dedicar apenas a empresa de eventos e nesse caso a Stéfane poderia ter o visto de acompanhante mas não poderia trabalhar, pelo menos legalmente. De uma forma geral tínhamos condições de seguir na Irlanda mas a longo prazo o projeto não era legal. Continuaríamos da mesma forma, ganhando o mesmo ou um pouco mais e não estaríamos crescendo na vida como profissionais.

2) Estudar: De fato, o que nos motivou a voltar foi a necessidade de seguir estudando e buscando novas oportunidades na vida. Chegamos onde dava para chegar com o passaporte Brasileiro. Acredito que existiam possibilidade de fazer dar certo para um momento apenas, não para um projeto a longo prazo.

3) Zona de Conforto: De uma certa forma caímos na zona de conforto porque tínhamos trabalho, morávamos numa casinha legal, estávamos comprando as nossas coisas e viajando pela Europa. Tudo estava tranquilo e quando isso acontece é hora de mudar. Gosto de ter desafios e como tinha as limitações de visto por não ter passaporte europeu acabei estacionando. Ainda dentro desse contexto a rotina do dia a dia é muito puxada, as vezes fisicamente e quase sempre mentalmente. Não tinha final de semana, feriado e quase sempre nenhuma noite livre então isso também pesou. O curioso é que eu sei que no Brasil será necessário trabalhar muito mais do que na Irlanda para poder viver (rsrsr)

4) Família e amigos:  Viver num ambiente de intercâmbio tem algumas complicações porque todo mundo tem um ciclo e hoje você tem um grande amigo e amanhã ele esta partindo para o Brasil. As amizades acontecem e tive muitas pessoas ao meu lado do início ao fim mas não é a mesma coisa, todo mundo esta sempre trabalhando e a vida vai passando. Por mais que você seja resolvido e consiga viver longe da família vai chegando um ponto que você sente a necessidade de voltar para fazer parte de alguma coisa, ficar mais próximo etc.

Existem outros pontos a serem considerados mas isso depende de cada um. Ficamos 3 anos e 2 meses na Irlanda sem vir no Brasil nenhuma vez mas também tive contato com pessoas que estão a 4, 5 anos sem contato direto com o Brasil e outros ainda não pensam em vir aqui pra nada. O desejo de morar em Dublin pra sempre existe claro mas também existem outros aspectos a serem considerados e não posso ser irresponsável de pensar que a vida vai acontecendo por acaso. É preciso planejar, pensar e programar. Cada pessoa reage de uma forma ao intercâmbio e cada um tem seu projetos e tempos diferentes. O nosso ciclo realmente chegou ao fim em Dublin e temos que seguir em frente. Essa decisão não foi tomada da noite pro dia pois ficamos praticamente 10 meses conversando, estudando as possibilidade na Irlanda e no Brasil. Não nos deixamos levar pela emoção nem pela razão. Foi um processo de muitas conversas, muito planejamento e principalmente escolhas. Aqui estamos, começando uma vida de novo (nem acredito porque já é a segunda vez que mudamos para um lugar desconhecido) mas temos a certeza de termos feito as escolhas certas, pelo menos nesse momento.

Voltamos com a idéia central de crescer, estudar e investir nas nossas vidas para fazer a pena. Vamos atacar com tudo que temos em busca de oportunidades e novos objetivos que estão sendo traçados… temos ainda muitas páginas na nossa vida a serem escritas e Dublin ficou pra trás porque esse capitulo chegou ao fim.

Curtem, compartilhem e fiquem a vontade para fazerem perguntas. Os próximos textos vão ser sobre malas, mudança,  as nossas primeiras impressões e muito mais sobre o retorno ao Brasil depois de 3 anos na Irlanda.

“Dia 6 de maio desembarcamos as 07:00h da manha em Guarulhos e o nosso voo para Uberlândia seria apenas as 13:30h. Passamos por todo o processo da alfândega e sentamos para em uma lanchonete ali mesmo. Café 7 reais, pão de queijo 6, suco 8, água 4 e um monte de gente falando em português, falando da vida dos outros, umas roupas estranhas.. PRONTO: Pânico geral e depois de meia hora surgiu a conversa … Amor acho que não vou conseguir me adaptar … (continua).

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Nossa última viagem de LUAS (Drimnagh to Jervis)

Saldão pra vender todas as coisas de casa. Quem dá mais ?? quem ?

Saldão pra vender todas as coisas de casa. Quem dá mais ?? quem ?